Depois de uma semana de treinos com Rafael Nadal na academia do tenista espanhol, Frederico Marques fala na primeira pessoa e ao Ténis Portugal da experiência que, ao lado do seu pupilo João Sousa, viveu pelo segundo ano consecutivo — agora nas novas instalações.
Foi sem dúvida uma muito boa semana de treino.
Realizámos todos os dias uma sessão da parte da manhã de mais de 3 horas de ténis e da parte da tarde fomos intercalando com treinos técnicos ou físicos.
Tanto eu como o Toni Nadal somos apaixonados por este desporto e queremos sempre mais e melhor para os nossos atletas, por isso existe uma hora estipulada para começar o treino mas nunca uma para acabar. A duração depende das sensações dos atletas e do rendimento de cada um.
Da parte da tarde sim, realizámos treinos individuais (neste caso, eu e o João no campo), assim como treinos físicos com o preparador físico Marc Marti.
Dentro dos treinos de ténis tivemos uma semana composta por praticamente 70 por cento de exercícios competitivos e os restantes 30 por cento de algumas situações de controlo de bola mas muito na parte inicial do treino para aquecimento e primeira sensação do dia com a raquete.
Tivemos o privilégio de usufruir de praticamente toda a academia. Estamos a falar de uma academia com vários ginásios, como a máxima tecnologia possível direcionada para o mundo do ténis, assim como um circuito termal (SPA) para uma melhor recuperação física, sala de jogos, restaurantes, entre outras coisas.
É sempre bom estar perto dos melhores do mundo, ver o que estão a trabalhar e de que maneira trabalham.
Foi o terceiro ano consecutivo em que realizámos uma viagem de uma semana no meio da pré-época para estarmos mais próximos da elite. Iniciámos com o Djokovic, em 2014 em Monte Carlo, e agora acabamos de realizar o nosso segundo ano em Maiorca com o Rafa. É algo que tenciono continuar a realizar com João caso continue com ele em 2018. Penso que é importante estar perto dos top 10 mas também voltar à rotina de estar fora de casa, tomar o pequeno almoço a pensar em ténis, almoçar e respirar o dia todo ténis como acontece durante o ano. Por vezes nas pré-temporadas em casa não é tão fácil realizar isso e as primeiras semanas do ano são estranhas para o atleta. Desta maneira, a pré-época não fica tão extensa mentalmente e aborrecida sem competição.
Em relação ao Rafa, encontrei-o com um nível de jogo bastante mais forte do que no ano passado. A meu ver, deu um salto fisicamente e isso nota-se na sua velocidade de bola e posicionamento em campo. Foi ótimo para o João ter encontrado alguém com esse nível nesta fase da pré-temporada.