23 de agosto de 1973 foi o primeiro dia em que a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) utilizou um sistema informático para determinar a classificação dos jogadores. Nesse dia, o romeno Ilie Nastase, que por lá ficaria até 3 de junho de 1974, ocupava a primeira posição. Pelo topo passaram 25 jogadores, até que este sábado Andy Murray se tornou no 26.º a garantir a subida ao primeiro lugar do ranking ATP.
Com várias e diferentes regras ao longo dos anos, o sistema de pontos do circuito ATP calcula, desde 2011, o total de pontos ganhos pelos jogadores nos seus 18 melhores torneios — existindo, ainda assim, algumas restrições: para os jogadores de topo, os torneios considerados são: os quatro Grand Slams, oito torneios Masters 1000 (nove se optarem por disputar Monte Carlo, que é opcional desde 2009), os quatro melhores torneios ATP 500 (três, se disputarem Monte Carlo) e os dois melhores ATP 250, bem como o ATP World Tour Finals em caso de qualificação (subindo assim o número de torneios para 19). No caso dos jogadores que não têm possibilidade de disputar alguns ou todos os torneios, são considerados mais torneios ATP 500 e 250, bem como eventos Challenger e Future.
E se, na altura, a Nastase se sucedeu John Newcombe, na próxima segunda-feira, dia 7 de novembro de 2016, será Andy Murray quem se sucederá a Novak Djokovic no primeiro lugar.
Os tempos mudaram: o ténis masculino atravessa uma época claramente dominada pelos Big Four — porque estamos a falar de rankings, nenhum outro jogador para além de Roger Federer, Rafael Nadal ou Novak Djokovic passou pelo primeiro lugar do ranking desde que o suíço lá chegou pela primeira vez, a 2 de fevereiro de 2004 — e, por isso, as diferenças são muitas: se nos últimos 12 anos apenas quatro jogadores chegaram ao topo do circuito masculino, entre 1992 e 2004 (o mesmo período de tempo) foram catorze os tenistas a ascender à primeira posição.
Jim Courier fê-lo a 10 de fevereiro de 1992, seguido de Stefan Edberg (o único a já lá ter estado antes deste período), Pete Sampras, Andre Agassi, Thomas Muster, Marcelo Ríos, Carlos Moya, Yevgeny Kafelnikov, Patrick Rafter, Marat Safin, Gustavo Kuerten, Lleyton Hewitt, Juan Carlos Ferrero e Andy Roddick, que foi o último jogador a ser o número 1 mundial antes do domínio dos denominados Big Four.
Antes de 1992, também Jimmy Connors, Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl, Mats Wilander, Stefan Edberg e Boris Becker chegaram ao primeiro lugar do ranking mundial.
Quanto a semanas passadas na liderança da tabela, aí o nome de um dos elementos do Big Four volta a ser chamado: é Roger Federer quem lidera no número de semanas passadas na liderança do ranking (com 302, seguido de Pete Sampras, que tem 286, e de Ivan Lendl, com 270) e no número de semanas consecutivas (237, à frente de Jimmy Connors, com 160, e de Ivan Lendl, com 157).
De regresso a Andy Murray, o britânico — que se torna no segundo mais velho a chegar ao número 1, só atrás de Newcombe, que o fez aos 30 anos) — já sabe que estará pelo menos duas semanas no primeiro lugar, superando o registo de Pat Rafter (1), que continuará assim isolado no fundo da tabela, para se juntar a Carlos Moya.