Wimbledon, Dia 12: Federer cai (e com estrondo); Murray nem pestaneja

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Estão encontrados os dois finalistas da edição deste ano de Wimbledon. Consumado o Brexit, será entre Andy Murray, escocês-quando-perde mas britânico-quando-ganha, contra Milos Raonic, canadiano e commonweltheano (sim, esta inventamos nós!).

O primeiro a garantir o lugar na final foi Raonic. O canadiano foi também o primeiro jogador a bater Roger Federer numa meia-final em Wimbledon, depois de quase três horas e meia de encontro. Numa tarde com muitos altos e baixos, esteve na raquete do tenista suíço a decisão da partida mas, ao contrário do duelo frente a Marin Cilic, Federer foi “traído” pelos seu serviço nos momentos mais cruciais do encontro e acabou derrotado por 6-3 6-7(3-7) 4-6 7-5 e 6-3.

O ponto de viragem surgiu na ponta final do quarto set quando, a servir para levar o set tiebreak, e a liderar por 40-0, o tenista suíço cometeu duas duplas-faltas consecutivas e outros tantos erros não-forçados entregando o jogo e o set a Raonic. Foi o último prego no caixão do suíço. (Alerta de ironia!)

Mas não foram só os adeptos “suíços” a lamentarem (e desesperarem) com o final do quarto parcial. O próprio Federer não acredita (acredita Roger, aconteceu mesmo!) nem encontra explicações para o que aconteceu (lá está, nós avisamos, aconteceu mesmo!). Tem a palavra o suíço. Pior: depois de entregue o set a Raonic, Federer caiu (li-te-ral-men-te) durante o terceiro jogo do quinto set (outra vez o joelho esquerdo) e, apesar de ter salvo o primeiro ponto de break, acabou quebrado por Raonic que, firme na hora da decisão, serviu para encerrar o encontro. Pela primeira na história haverá um canadiano (masculino, singular) na final de Wimbledon.

Mas ser membro de pleno direito da Commonwealth (comunidade maioritariamente composta por nações do antigo império britânico) não garantirá com certeza maior apoio ao canadiano na final de domingo. Isto porque do outro lado da rede estará Andy Murray, por estes dias um herói solitário por terras britânicas desde o Brexit da seleção inglesa do campeonato da Europa de futebol.

Nesta sexta-feira, e frente a Tomas Berdych, Murray esteve irrepreensível e, sem recurso a papel-químico, derrotou o checo com um triplo 6-3 e está a apenas um triunfo de mais uma conquista histórica, a segunda no All England Club. Claríssimo favorito à conquista do título, Murray sê-lo-à pela primeira vez em teoria e no papel – perdão, no ranking.

Em fim-de-semana de Grande Prémio de F1 em Inglaterra, Murray largou na frente, com uma quebra no segundo jogo, e não voltou a olhar para trás. Berdych até não tardou a devolver o break mas voltou a perder o serviço ao oitavo jogo e o set no jogo seguinte. No segundo set, Murray salvou dois break-points, mas devolveu-os com juros (e altos!) quebrando o checo no sétimo e nono jogos. O terceiro parcial viu o britânico quebrar o checo no quarto jogo e seguir impávido e tranquilo até ao final, garantindo a sua quinta vitória em 15 jogos contra o tenista checo.

Andy Murray, oito anos depois da sua primeira final de um torneio do Grand Slam, não terá de partilhar os holofotes da final com Novak Djokovic ou Roger Federer, adversários do britânico nas onze finais de torneios do Grand Slam que disputou na carreira. E em Dunblane, na Escócia, terra natal do escocês, já começaram os ensaios: God save our gracious King, Long live our noble King, …

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Natural do Porto. Formada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e atualmente a tirar o doutoramento em Ecologia Florestal na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Entusiasta de ténis a tempo inteiro.

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