Wimbledon, Dia 3: Quando a realidade (quase) supera a ficção

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Eric Cartman é, sem dúvida, a “estrela” dentre os protagonistas de South Park. A série de desenhos animados criada em 1997 por Trey Parker e Matt Stone, famosa pelo seu humor negro e corrosivo e pela sátira dos temas mais polémicos da atualidade, narra as aventuras bizarras de quatro rapazes de uma escola primária do Colorado: Eric Cartman, Stan Marsh, Kenny McCormick e Kyle Broflovski. Na ficção, Cartman é o génio do mal de South Park, manipulador, racista e… com uns quilinhos a mais. “I’m not fat, I’m big boned”, não se cansa de dizer. Ora Marcus Willis, ou Cartman como é conhecido pelos amigos, do cartoon só herdou (e em tempos idos) os quilinhos a mais. Tudo o resto é história.

Willis, número 772 do mundo – repitamos: setecentos e setenta e dois – já havia feito história ao qualificar-se para o quadro principal do torneio de Wimbledon após superar a sexta e definitiva ronda de qualificação. Desde Jared Palmer (#923), em 1988 no US Open, que nenhum jogador com tão “elevado” ranking chegava tão “longe”num torneio do Grand Slam. O britânico, que esteve muito perto de pendurar as raquetes no início deste ano (valeram-lhe os sábios conselhos da namorada…) e que até à data nunca tinha disputado um encontro a este nível, foi “recompensado” com um duelo frente a Roger Federer, em pleno Centre Court de Wimbledon. Quem disse que Old Trafford é o Teatro dos Sonhos certamente nunca visitou o All England Club.

E o resultado? Ora Leicester só há um e, após uma quinzena de sonho, a festa do britânico chegou ao fim depois de derrotado por Federer com os parciais de 6-0 6-3 e 6-4 ao cabo de pouco menos de hora e meia de jogo. Altura para recordar o hit do momento: Willibomb’s on fire, Federer is terrified, la la la la la la….

Mas antes ainda das atenções se centrarem em Marcus Willis e Ca. (sorry Roger!), já Novak Djokovic havia derrotado o francês Adrian Mannarino, por 6-4 6-3 7-6(5), alcançando mais um número estratosférico na carreira. Desta vez ao atingir a incrível marca de 30 vitórias consecutivas em torneios do Grand Slam, atrás apenas dos registos de Rod Laver (31, entre 1962 e 1968) e Don Budge (37, entre 1937 e 1938). Na próxima ronda o sérvio terá pela frente o vencedor do duelo entre o brasileiro Thomaz Bellucci e o norte-americano Sam Querrey.

Isto porque nos outros courts jogou-se pouco ou quase nada. A chuva obrigou ao cancelamento de grande parte dos encontros agendados para hoje, o que traduzido por miúdos significa:

Entre os que escaparam à chuva, realce para as vitórias de Tomas Berdych (7-6[5] 5-7 6-1 7-6(2) face a Ivan Dodig), Dominic Thiem (7-5 6-4 6-4 sobre Florian Mayer) e Bernard Tomic (4-6 6-3 6-3 3-6 6-4 diante de Fernando Verdasco) e, infelizmente para nós, para a derrota de Gastão Elias na sua estreia em Wimbledon.

Nas senhoras, destaque para a vitória convincente de Petra Kvitova sobre Sorana Cirstea por 6-0 e 6-4, principalmente durante o primeiro set em que a checa cedeu apenas quatro pontos em… 15 minutos. Alergia à chuva? Também Belinda Bencic se mostrou em bom plano ao derrotar Tsvetana Pironkova, semi-finalista em 2010, por 6-2 e 6-3, isto na primeira vez que pisou o court principal de Wimbledon. Em frente seguem também Agnieszka Radwanska (6-2 6-1 sobre Kateryna Kozlova) e Johanna Konta (6-1 7-5 diante de Monica Puig).

Para consultar os restantes resultados da terceira jornada de Wimbledon, clique aqui: http://www.wimbledon.com/en_GB/scores/results/day9.html

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Natural do Porto. Formada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e atualmente a tirar o doutoramento em Ecologia Florestal na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Entusiasta de ténis a tempo inteiro.

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