As duas duplas portuguesas que marcaram presença no quadro principal do Lisboa Challenger não foram as únicas protagonistas do torneio, que faz parte do circuito mundial de padel e foi organizado pela Federação Portuguesa de Padel no Club VII. Luís Santos, árbitro (à direita na fotografia, acompanhado do juiz árbitros do torneio), esteve presente desde a fase prévia até às meias-finais e partilhou connosco a sua história.
À conversa com o Ténis Portugal, Luís Santos, que é também árbitro e juiz-árbitro de ténis, conta que aderiu ao mundo do padel “em julho de 2011, por convite do Nuno Mateus (na altura Coordenador do Padel do Lisboa Racket Center e FPT) durante um torneio sub12 e 14 de ténis em que acabei a fazer o sorteio, quadros e a realizar o torneio de padel FPT nos dias seguintes.”
Mais tarde, “novamente devido à não existência de Juiz Árbitros de Padel na zona de Lisboa e por convite do Nuno Mateus (sócio do I6 Clube de Padel) e Catarina Carvalho (vice presidente da FPP)”, a situação repetiu-se no torneio do I6 Clube de Padel.”
A presença cada vez maior em eventos de padel levou-o a efetuar o curso de árbitro da Federação Portuguesa de Padel, tendo o ritmo aumentado a partir daí. Em 2014 deu-se então o primeiro desafio no World Padel Tour, na etapa realizada em Lisboa, onde ajuizou quatro encontros do quadro principal.
Apesar de manter atividade também no ténis, onde procura garantir os minímos anuais, Luís Santos confessa que tem estado mais dedicado ao padel e revela que existem diferenças “significativas” entre as duas modalidades. “São os próprios jogadores a chamar a maioria das faltas, sendo que o árbitro gere o jogo, as situações e chamadas mais complexas ou, a pedido dos jogadores, golpes antiregulamentares, toques na rede, as advertências, etc. É a chamada a arbitragem passiva. Existe ainda a arbitragem ativa, que é pouco usual”, explica ao Ténis Portugal.
A par da adaptação do ténis para o padel, o facto de “existirem poucos torneios de padel em Portugal com árbitro de cadeira” constitui-se como uma das principais dificuldades, visto que “o regulamento WPT é ligeiramente diferente do da FPP e recebemos semanas antes as indicações, o que nos permitiu preparar para a arbitragem tendo formação/treino específico no local nos dias antecedentes ao torneio e com os árbitros WPT”.
Quanto à evolução da modalidade em Portugal, Luís Santos considera que “com a constante organização de torneios, com a melhoria dos regulamentos a vontade da equipa da FPP e o crescendo de praticantes, o padel continua a crescer a um ritmo acelerado”, acreditando ainda que o Lisboa Challenger promovido no início do mês de junho ajudará também a esse incremento, depois de “já ter colocado dois pares este ano no quadro principal do Challenger Lisboa (bem como do circuito) pela primeira vez”.