Chegada ao fim a participação nos Futures de Hammamet, em que conquistou dois títulos de pares, Fred Gil regressa este fim-de-semana a Portugal para encarar com ânimo a série de três torneios organizados pela ITF em solo algarvio. Em exclusivo para o Ténis Portugal, o tenista sintrense escreve a terceira edição da rubrica Fred Gil on Tour, em que falta do trabalho feito nos primeiros dias com o seu novo treinador, os dias na Tunísia e o que aí vem.
Olá again! Desta vez em Casablanca, de volta a Portugal.
Não me correram da melhor maneira os torneios de singulares na Tunísia. Nos pares trouxe 2 títulos e bons jogos. Foram semanas boas em que deu para aprender, o Guillermo Perez Roldan é uma excelente pessoa e treinador e fiquei impressionado com o nível de jogo dele hoje em dia.
Ensinou-me pormenores importantes na esquerda a uma mão. Gosto imenso de pessoas fortes e tivemos boas conversas. Corremos pela praia às 6.30h da manhã, falámos sobre ténis e meu jogo. O Federico Coria, irmão do ex-grande jogador Guillermo Coria, também está a ser acompanhado pelo Perez Roldan. Bom ambiente, estávamos em grupo e a partilhar experiências, treinos e conversas. Crescemos assim.
Sou-vos sincero, custa-me perder nas 1.ªs rondas de torneios. Estou a jogar bem mas competir é outra coisa, é preciso saber jogar e o que fazer para levar a melhor sobre o adversário. Custe o que custar. Por vezes, não é fácil manter a concentração e foco. A nossa mente prega-nos partidas. Consoante o desenrolar dos acontecimentos reagimos de formas diferentes. É preciso ter controle sobre nós mesmos dentro de campo.
A vida on tour é boa mas dura, muito tempo sozinhos e em ambiente competitivo. Parece tudo muito bonito e é mas para se ter êxito existe muito trabalho por trás que a maioria das pessoas não vê e de que não se apercebe. Aquilo que eu acho mais importante é termos um caminho, definirmos objectivos e seguir. Acreditar que vamos conseguir! Quando o fazemos, os resultados aparecem e estamos bem com a vida e com o que nos rodeia. Eu gostava de estar noutro patamar neste momento mas há que aceitar e reconhecer porque estou aqui, o que se passa e o que posso fazer para sair, andar mais “rápido” e chegar mais longe.
Nunca temos garantias de nada. Sentimos as coisas mas depois existe o trabalho, a persistência, a vontade e o querer mais. Sem isso, nada feito. Acho que devemos ser humildes para perceber e reconhecer onde estamos e quem somos! Trabalhar sobre o aqui e agora com o que temos. Só assim ficamos calmos, felizes e faz sentido.
Vou jogar os torneios do Algarve com vontade de estar bem e jogo pares com o André Murta. É muito importante para um jogador reconhecer quem nos ajuda ou ajudou. Estar longe da minha pequenina também custa para um Pai jogador, muitas semanas fora e pouco contacto. Ela está a crescer e eu estou muito tempo ausente. Dou-lhe o que consigo mas gostava e vou organizar-me também de outra forma mas não há muitas voltas a dar. O circuito exige torneios, viagens e muito trabalho. Depende dos objetivos de cada um e o que se pretende.
Há imensa vida para ver e conhecer, On Tour e Off Tour. Em princípio, vou começar a jogar pares a full time com Catalin Gard (USA) 34 anos e também quer fazer equipa. Sempre quis e gostei e surgiu agora esta oportunidade.
Fred Gil