Depois da semana em que conquistou o seu primeiro título no que à temporada de 2016 diz respeito, Fred Gil relata em exclusivo no Ténis Portugal como está a ser a sua experiência em terras tunisinas junto de muitos compatriotas naquela que é a segunda edição da rubrica Fred Gil on Tour e ‘abre o diálogo’ a todos os interessados em ficarem a saber mais sobre a vida no circuito.
Oi outra vez! Continua tudo a correr bem pela Tunísia e o ambiente continua bom. Já somos uns quantos “tugas” on tour e isso alimenta muito o nosso ténis e atletas. Sinto que estamos a crescer, os mais velhos partilham experiências, pequenas conversas durante o dia e nas refeições, os mais novos aportam vontade e outra forma de estar e pensar.
Nestes torneios sinto que voltei ao mundo júnior. Os torneios são mistos, tudo malta nova e mais em convívio. Tenho treinado bastante e junto-me aos grupos que aqui estão. Adoro aprender e evoluir, procuro sempre melhorar um bocadinho. Acho super saudável esta forma de estar. As rotinas do dia são fundamentais. Uma boa alimentação, um bom treino organizado e estruturado, uma boa mente e sã são fundamentais quando se anda no circuito e muitas semanas fora.
As rotinas e dias acabam por ser sempre muito parecidos e há que encontrar a verdadeira motivação para aqui estar e ganhar. Temos feito uns banhos turcos em conjunto, jantamos sempre em conjunto também (pelas 19h todos os dias) e já somos uns 10 jogadores. Também têm estado cá bons treinadores: Nuno Marques, Gonçalo Figueiredo, Emanuel Couto e Pedro Cordeiro. Para o ténis é muito bom! O que os espanhóis faziam e fazem há anos, estamos nós a começar a fazer agora. Tirar partido das gerações e profissionais anteriores e acreditarmos em nós.
As condições de jogo são lentas, o que obriga a trabalhar bem o ponto fisicamente e mentalmente manter alta a concentração durante bastante tempo. É giro o ténis! Para mim, o ténis é como a vida. O que somos fora do campo é o que somos lá dentro. Tudo vem ao de cima. Somos puxados aos limites físicos, técnicos, táticos e mentais. A competição não é para qualquer um, é para aqueles que mais querem e sabem lidar/gerir. Considero o ténis uma arte.
Comemos sempre em buffet todos os dias, boas condições de hotel como vos tinha dito. Estejam à vontade para perguntar coisas sobre o circuito e o que queiram saber, talvez seja mais fácil para poder partilhar. Os treinos por aqui começam cedo, às 7h pois o dia termina pelas 17h porque não há luz nos campos. Faz frio e custa acordar mas vamos dormir cedo. Temos o hábito de nos juntar no pequeno almoço depois dos treinos pelas 9h30/10h.