Novak Djokovic vs Roger Federer – capítulo 45.º

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Amanhã (quinta-feira), dia 28, a Rod Laver Arena será o palco de mais um capítulo de uma das maiores e mais entusiasmantes rivalidades da história do ténis, quando Novak Djokovic e Roger Federer se defrontarem pela 45.ª vez, em jogo a contar para as meias-finais do Australian Open.

Este vai ser um jogo carregado de grande expectativa e recheado de muitos motivos de interesse. Roger Federer já assumiu que uma das principais razões que o mantém a jogar ténis ao mais alto nível é a ambição de conquistar um 18.º título do Grand Slam, o que, apesar da sua actual extraordinária forma, o coloca inevitavelmente numa corrida contra o tempo – recorde-se que o suíço completará 35 anos de idade no próximo dia 08 de agosto e a sua última vitória num torneio do Grand Slam já data de 2012 (Wimbledon), prova em que, curiosamente, regista a última vitória sobre Novak Djokovic, num duelo disputado à melhor de cinco sets (meias-finais).

Na verdade, o sérvio de 28 anos parece ser mesmo o grande (senão mesmo o único) obstáculo do suíço para a conquista do seu ambicionado 18.º Major, tendo-o derrotado nas finais de Wimbledon de 2014 e de 2015 e na recente final do US Open de 2015, as únicas três finais que Federer disputou desde a sua última vitória em 2012.

Mas se é verdade que Novak Djokovic ganhou os últimos três encontros disputados à melhor de cinco sets contra Roger Federer, também é verdade que as duas últimas derrotas sofridas pelo sérvio foram infligidas precisamente pelo suíço, a mais recente das quais no passado dia 17 de novembro de 2015, em jogo alusivo à fase de grupos do Barclays ATP World Tour Finals e a outra no já longínquo dia 23 de agosto de 2015 (final do Masters 1000 de Cincinnati).

Acresce como motivo de interesse, o facto de este jogo desempatar o confronto directo destes dois jogadores, que actualmente regista 22 vitórias para cada um. No entanto, importa sublinhar que em jogos disputados em provas do Grand Slam, Djokovic lidera com 8 vitórias (3 em finais e 5 em meias-finais), ao passo que Federer regista seis vitórias (2 em finais, 3 em meias finais e 1 nos dezasseis avos de final).

Em 2016, após ter perdido a primeira final do ano em Brisbane para Milos Raonic, Roger Federer tem-se exibido em grande nível neste Australian Open, praticando um ténis de elevada qualidade e consistência, como atesta o facto de no seu percurso até às meias finais apenas ter cedido um set e 5 jogos de serviço. Acresce que globalmente o suíço já regista 205 winners, incluindo 60 ases e apenas 147 erros não forçados.

Já o número 1 mundial, que não perde qualquer prova do calendário ATP em que tenha participado desde a derrota na final do Masters 1000 de Cincinnati, tendo inclusive vencido já este ano o torneio de Doha com uma vitória na final sobre Rafael Nadal, tem tido nesta edição do Australian Open uma performance mais errática do que Federer. Djokovic revelou mesmo muitas dificuldades no jogo dos oitavos de final contra Gilles Simon, precisando de 5 sets para ultrapassar o francês, num jogo em que cometeu nada mais nada menos do que 100 erros não forçados!

Não obstante as oscilações exibicionais, o sérvio mantém-se como um forte candidato à conquista de um sexto título na Austrália, tendo cedido apenas dois sets no seu percurso até às meias finais e registando um total de 200 winners, 43 ases e 205 erros não forçados.

Estão lançados os dados para que se escreva mais um capítulo da história do ténis com dois dos melhores atletas que a modalidade já conheceu. Qual dois dois sairá vencedor? 8h30 – Transmissão no Eurosport. Definitivamente a não perder.

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Advogado / Praticante de ténis

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