Australian Open, Dia 10: God Save The Queen é o hit do dia na Austrália

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Conhece a letra do hino de facto britânico? Criado em 1745, God Save The Queen é cantado em Inglaterra em todas as ocasiões oficiais que requerem um hino e, desde a independência do Império Britânico, o hino real australiano. Ora, se ontem foi o Dia da Austrália, hoje, em Melbourne, foi o dia dos britânicos, com Andy Murray e Johanna Konta à beira de escrever uma nova página na história do ténis do seu país.

Kerber surpreende Azarenka

Depois de passear pelos courts de Melbourne durante as primeiras rondas, Victoria Azarenka foi ‘surpeendida’ na jornada de hoje por Angelique Kerber, que à 7.ª ocasião, derrotou pela primeira vez a bielorussa. Azarenka, principal favorita a chegar à final do torneio – juntamente com Serena Williams -, esteve longe do seu melhor ténis e, muito errática (cometeu um total de 33 erros directos contra apenas 16 de Kerber), acabou eliminada com os parciais de 6-3 7-5.

No final do encontro, Azarenka não se mostrou nada contente com o seu desempenho em court e não escondeu frustração pela derrota. “Não comecei bem e acho que fiquei uns 10% abaixo em todos os aspectos do meu jogo. Para ganhar encontros nos quartos-de-final, tens de dar tudo e eu não dei”, lamentou a bielorrussa, campeã em Melbourne em 2012 e 2013. Já Kerber discorda: “não foi ela que perdeu, mas sim eu que ganhei.”

A alemã, que igualou em Melbourne o seu melhor resultado em torneios do Grand Slam, mostrou-se sempre mais agressiva e nunca entregou o jogo. Depois de perder o primeiro parcial por 3-6, Azarenka rapidamente se adiantou com 5-2 no marcador do segundo set, mas Kerber conseguiu recuperar do break de desvantagem e, depois de salvos quatro set points, selar o triunfo ao cabo de uma hora e 45 minutos.

A próxima adversária da germânica é Johanna Konta que, aos 24 anos, se tornou na primeira britânica desde Jo Durie em 1983, a alcançar as meias-finais de um torneio do Grand Slam. No encontro de hoje Konta teve pela frente Shuai Zhang, a qualifier chinesa que eliminou Simona Halep na primeira ronda, mas foi a britânica quem esteve melhor no encontro, vencendo facilmente por 6-4 6-1.

“Estou muito orgulhosa com o que fiz, mantive-me concentrada e cometi poucos erros. Foi definitivamente uma grande batalha”, afirmou a britânica que, com este triunfo, garante também a ascensão ao top 30 mundial.

Raonic estreia-se nas ‘meias’

Primeiro foi Jamie Murray (triunfo na jornada de ontem, ao lado do brasileiro Bruno Soares, nos quartos-de-final do torneio de pares), depois Johanna Konta e por último Andy Murray, Pela primeira vez desde 1977, precisamente no Australian Open, que dois britânicos não chegavam, em simultâneo, às meias-finais de um torneio do Grand Slam. Na altura, John Lloyd chegou à final, Sue Barker ficou-se pelas ‘meias’.

Hoje, frente a David Ferrer, o número dois do mundo precisou de correr bastante para derrotar o espanhol, ao cabo de mais de três horas de jogo, e em quatro sets por 6-3 6-7(5-7) 6-2 6-3. Num jogo que se esperava equilibrado, Murray e Ferrer trocaram breaks sets no início do encontro, mas o britânico conseguiu recuperar e assumir as despesas do jogo. Murray fez mais winners (49 contra 23), mas também cometeu mais erros (64 contra 54), destacando-se, uma vez mais, pela eficácia na resposta ao serviço do espanhol (42% de pontos conquistados).

O encontro ficou ainda marcado pela interrupção motivada pela chuva, no terceiro set, com Ferrer a discordar do timing escolhido para o fecho do tecto da Rod Laver Arena e a discutir com a árbitra Eva Asderaki. Quanto a Murray, quatro vezes finalista em Melbourne, terá como próximo adversário Milos ‘Míssil’ Raonic, depois do canadiano ter batido Gael Monfils por 6-3 3-6 6-3 6-4 no último encontro da jornada.

Invicto em 2016, o canadiano aproxima-se novamente do top 10 mundial e, com o triunfo alcançado esta manhã, igualou a melhor série de vitórias da carreira (9). No encontro de hoje, Raonic enfrentou apenas dois pontos de break ao longo de toda a partida e, tal como vem sucedendo desde Brisbane, subiu inúmeras vezes à rede, vencendo 31 pontos em 46 tentativas. À excepção do lapso de concentração no segundo set (uma dupla-falta e três erros não forçados que ‘deram’ o break (e o set) a Monfils), Raonic foi sempre superior ao francês, garantindo a presença nas meias-finais de um torneio do Grand Slam pela segunda vez na carreira. O novo pupilo de Carlos Moyá repete ainda o feito de Eugenie Bouchard, que em 2014 se estreara nas ‘meias’em Melbourne, tornando-se no primeiro jogador canadiano a disputar as meias-finais do Australian Open.

Amanhã é dia de Novak Djokovic vs Roger Federer.

Não percam o próximo episódio, porque nós, também não!

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Natural do Porto. Formada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e atualmente a tirar o doutoramento em Ecologia Florestal na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Entusiasta de ténis a tempo inteiro.

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