My name is Djokovic, Novak Djokovic. À semelhança de James Bond, agente secreto britânico criado pelo escritor Ian Fleming, o tenista sérvio dispensa apresentações.
Número um mundial à 82 semanas consecutivas, Novak Djokovic provou, uma vez mais – como se ainda fosse preciso -, que joga num nível competitivo muito superior à restante concorrência. Que o digam Rafael Nadal (derrotado na final em Doha por 1-6 2-6), Roger Federer (meias-finais do Australian Open por 1-6 2-6 6-3 3-6) ou Andy Murray, a sua mais recente vítima.
Ao 31.° encontro entre os dois tenistas, que pela quarta vez disputavam entre si o título de campeão do Major australiano, foi Novak Djokovic quem se sagrou novamente campeão, derrotando Andy Murray por 6-1 7-5 7-6(3) ao fim de quase três horas de jogo. Campeão pela sexta vez em Melbourne, o tenista sérvio igualou desde já os registos de Bjorn Borg e de Rod Laver com um total de 11 títulos do Grand Slam. Rafael Nadal e Roger Federer que se cuidem, o sérvio não parece querer parar por aqui.
Na final de hoje, Djokovic começou mais agressivo e, aproveitando-se do maior nervosismo de Murray, rapidamente se adiantou no marcador. Ao cabo de apenas 30 minutos, o sérvio já liderava o encontro por um set a zero. O segundo set foi bastante mais disputado, mas menos bem jogado. O número de erros do tenista sérvio aumentou e a intensidade do seu jogo baixou ligeiramente, permitindo ao tenista escocês equilibrar o parcial. Mas Djokovic, depois de “sobreviver” a um jogo mais “apertado” a 4-5, conseguiu o break no serviço do escocês e depois serviu para fechar o segundo parcial. O sérvio ainda tremeu (duas duplas faltas… consecutivas), mas o set já não lhe fugiria.
O terceiro e último set foi o mais equilibrado dos três. Depois de Djokovic ter desperdiçado um break madrugador, foi no tiebreak da terceira partida que se decidiu o encontro. E à imagem da final, foram mais os erros que os winners que marcaram a “negra”, com Djokovic a triunfar por 7-3, muito ajudado pelas duas duplas-faltas nos três primeiros serviços do escocês. Estava escrita mais uma página de ouro na história do ténis.
Numa final “nervosa”, e arbitrada pelo “nosso” Carlos Ramos, o nível do ténis não foi elevado nem fez jus aos predicados dos dois jogadores. Mas para a história fica o 11.° Grand Slam conquistado pelo tenista sérvio, que venceu 34 dos últimos 35 encontros disputados em Majors, triunfando em seis das últimos sete finais de torneios do Grand Slam. Quanto a Andy Murray, o escocês também entrou para a história da modalidade. Pela primeira vez desde o início da era Open, Murray tornou-se no primeiro jogador a somar por derrotas as cinco finais disputados no mesmo evento do Grand Slam. Ainda não foi hoje que mudou o guião.
Hoje o dia é de Novak Djokovic. Dele, e só dele. É o melhor jogador do mundo, um dos melhores jogadores de todos os tempos, e para ele o céu é o limite.