Mais um marco histórico para o ténis feminino mundial, mais uma estreia a levantar o troféu! Não era a favorita, mas uma final é uma final, e essa talvez tenha sido a melhor vantagem que podia ter perante uma campeã de 21 títulos do Grand Slam. Serena Williams sentiu a pressão do momento. A pressão de igualar o recorde de títulos Major de Steffi Graf foi demasiada e ainda não é desta que a indiscutível número 1 mundial iguala esse notável feito. Angelique Kerber foi mais forte.
Num encontro que foi talvez o melhor de todo o torneio, a qualidade de jogo esteve sempre ao mais alto nível, viu-se uma Serena muito nervosa no início do encontro e uma Kerber a jogar o melhor que sabe, a alemã mostrou-se muito forte mentalmente durante (quase) todo o encontro, e essa foi uma das chaves da partida.
No primeiro set, quem fez as despesas do encontro foi a norte-americana. A veterana de 34 anos mostrou-se muito errática durante todo o parcial, cometeu 23 erros não-forçados contra apenas 3 erros da alemã, pelo que desde muito cedo se percebeu que não iam ser favas contadas a favor de Williams, com Kerber a arrecadar a primeira partida por 6-4.
A história do segundo foi completamente oposta à do primeiro: Williams começou a soltar-se e o seu ténis começou a aparecer, esteve irrepreensível ao nível do serviço e os erros transformaram-se em winners. Parecia Serena de volta a si mesmo, não perdia uma final desde 2011 (US Open, perdeu contra Stosur) e a habitual superioridade perante a germânica surgiu com alguma naturalidade, levando o encontro para a “negra”.
No derradeiro parcial, Kerber foi mais forte, adiantando-se logo para 5-2, mas pela primeira vez sentiu a pressão do momento e deixou a sua adversária reduzir o marcador para 4-5, mas Serena não conseguiu concretizar o seu jogo de serviço e permitiu que a numero 7 mundial conquistasse o seu primeiro titulo do Grand Slam aos 28 anos, depois de na primeira ronda ter salvado um match point. O resultado final fixou-se com os parciais de 6-4 3-6 6-4, ao fim de 2h08 minutos.
Com esta vitória, Kerber vai ascender ao segundo lugar do ranking mundial e inscreve o seu nome na história da modalidade: desde 1999 que uma alemã não levantava um troféu do Grand Slam, a última a fazê-lo foi Steffi Graf, em Roland Garros.