É preciso fazer mais. Para Neuza Silva, ex-melhor jogadora portuguesa no circuito feminino, há neste momento uma lacuna no ténis português: o feminino, que “caiu” e está longe dos seus tempos áureos. Na 9.ª edição do Ténis Portugal na Rádio, a ex-jogadora, agora treinadora setubalense falou da necessidade de recuperar torneios.
“Há uma lacuna no ténis português, de que eu tenho muita pena porque fiz parte dele e tanto lutei para que melhorasse, que é a parte do ténis feminino”, começou por referir Neuza Silva depois de ‘celebrar’ o dia de 1 de novembro de 2015, em que João Sousa, Gastão Elias e Frederico Silva conquistaram títulos no circuito profissional masculino. “Penso que hoje em dia, com o meu abandono, o da Frederica [Piedade], da Ana Nogueira e da Magali de Lattre caiu outra vez mas temos de trabalhar para inverter [a situação].”
Para Silva, parte da razão de existirem menos jogadoras a disputar o circuito passa pela grande redução de eventos profissionais organizados em Portugal: “Não foi só o [desaparecimento do] Estoril Open, também houve organizações que se dedicaram só aos Futures e se esqueceram dos torneios femininos.”
Para a ex-número um portuguesa, existirem torneios femininos no país “faz com que as jogadoras joguem e melhorem o nível competitivo. Se não há, não jogam e não têm a coragem de ir para o estrangeiro, que é super difícil. [Os torneios em Portugal] seriam para elas dizerem ‘vamos, vamos ali criar o bichinho da competição’, e claro que [jogar no estrangeiro] também requer um pacote de dinheiro diferente daquele que é jogar em solo nacional.”
Em 2015, disputaram-se apenas quatro torneios femininos do circuito ITF em Portugal: dois em Ponta Delgada (abril), um em Cantanhede (junho) e outro e Amarante (também em junho). Há três anos, em 2012, foram sete os eventos, menos dois do que em 2011 (9) e cinco do que em 2010 (12).