Wimbledon, Dia 10: Serena e Muguruza à procura de um lugar na história

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Se queres ganhar um Slam, quando sonhas, tu dizes, eu quero a Serena na final”.

Fixe bem este nome: Garbiñe Muguruza. Aos 21 anos, a espanhola, nascida em Caracas, segue fazendo história para o ténis espanhol e esta tarde garantiu a qualificação para a sua primeira final de Grand Slam na carreira. No sábado, do outro lado da rede terá pela frente a adversária com que “sonhou”: Serena Williams.

A jogar a sua primeira meia-final de Grand Slam da carreira, Muguruza não acusou a pressão e foi quem dominou o início do encontro frente a Agnieska Radwanska. Mais solta, a espanhola ia “disparando” winners de todos os lados do court, e terminou o primeiro set sem ceder qualquer ponto com o seu primeiro serviço nem enfrentar qualquer ponto de break. Depois de vencer facilmente o primeiro set por 6-2, a espanhola abriu o segundo parcial com um novo break, o  que lhe permitiu adiantar-se para 3-1.

Mas quando tudo parecia encaminhado para uma final de sentido único, Radwanska aproveitou uma desconcentração de Muguruza para quebrar a espanhola, na primeira oportunidade de que dispôs, e somou seis jogos consecutivos, de 3-1 para 3-6 e 0-1, com um break à maior no terceiro set. Contudo, o momento mais espectacular do encontro estava reservado para o final do set, com Muguruza a tirar um coelho da cartola, perdão, um “lob” perfeito que lhe permitiu adiantar-se para 4-2 e, dois jogos mais tarde, com um swing volley na rede, confirmar a presença na final do próximo domingo.

Muguruza torna-se assim na primeira espanhola na final de um Grand Slam desde Conchita Martínez, em Roland Garros no ano 2000, e em caso de vitória, na primeira campeã de Grand Slam desde Arantxa Sanchez Vicario, também em Roland Garros em 1998.

A um encontro do “Serena Slam”

Se por um lado Muguruza continua a escrever história no ténis espanhol, Serena Williams fá-lo à escala global. A número um do mundo garantiu esta tarde a presença na sua 25ª final do Grand Slam, 85ª final da carreira, e se vencer no sábado conquistará o seu 21º título do Grand Slam, 68º da carreira. Mas há mais, se vencer Wimbledon, Serena conquista o seu segundo “Serena Slam”, repetindo o feito alcançado entre o torneio de Roland Garros em 2002 e o Open da Asutrália em 2003. E Nova Iorque não fica assim tão longe.

Na meia final desta tarde, a americana derrotou Maria Sharapova (outra vez) por 6-2 e 6-4, em uma hora e 19 minutos. Foi a 17ª vitória consecutiva de Serena sobre Sharapova, que não perde com a russa desde 2004. Serena começou o encontro com um break, num jogo em que Sharapova cometeu três duplas faltas. Mas não foi só a servir que a russa ficou aquém das expectativas. Também no capítulo da resposta Sharapova esteve uns furos abaixo daquilo que seria desejável. Serena Williams só perdeu seis pontos com o seu serviço e não enfrentou qualquer ponto de break.

Pese embora um segundo set mais equilibrado, foi sempre a americana que ditou o ritmo e, sem surpresa, que terminou o encontro com mais ases (14), mais winners (29 contra 9 de Sharapova) e, inclusive, mais erros não-forçados (15 contra 13 da russa).

Amanhã será a vez das meias-finais masculinas, com Novak Djokovic e Richard Gasquet a estrearem o court, seguidos de Roger Federer e Andy Murray. Quanto às senhoras, voltam no sábado para a grande final.

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Natural do Porto. Formada em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e atualmente a tirar o doutoramento em Ecologia Florestal na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica. Entusiasta de ténis a tempo inteiro.

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