Ao oitavo dia, o torneio feminino tomou finalmente conta dos courts principais de Wimbledon. Depois de Caroline Wozniacki ter dado voz ao seu descontentamento em relação às opções de programação do torneio inglês, que tem sucessivamente privilegiado os encontros masculinos em detrimento dos femininos nos principais courts, a história da jornada de hoje foi escrita no feminino.
Muguruza faz história
¡Olé! E foi em castelhano que se começou a escrever a história (do dia e não só) com a vitória de Garbine Muguruza. Aos 21 anos, Muguruza repete a façanha de Arantxa Sanchez Vicario, a última espanhola a marcar presença nas meias-finais de Wimbledon no já distante ano de 1997, com um triunfo por 7-5 e 6-3 diante de Timea Bacsinszky. É a primeira presença da espanhola nas meias-finais de um torneio do Grand Slam, enquanto Bacsinszky, número 15 mundial, não conseguiu repetir a façanha de Roland Garros, onde atingiu as meias-finais do torneio parisiense.
Seguiu-se o trunfo de Maria Sharapova frente à norte americana Coco Vandeweghe, em três sets. Mas o encontro bem que poderia ter terminado mais cedo caso a russa não tivesse desperdiçado a oportunidade de fechar o encontro, com o seu serviço, no final do segundo set. Vandeweghe foi mais forte no tiebreak (o quinto (out of 5) que Sharapova perde em 2015!) mas não conseguiu manter a consistência no terceiro parcial e acabou derrotada por 6-3, 6-7(3) e 6-2. Campeã em Wimbledon em 2004, a tenista russa não alcançava esta fase da competição desde 2011.
Serena Williams dá a volta
Mas a russa não terá tarefa fácil para atingir a final do torneio porque nas meias-finais terá pela frente a “outra” norte-americana, Serena Williams. A número 1 mundial bateu Victoria Azarenka por 3-6, 6-2 e 6-3, num encontro que a espaços atingiu níveis “estratosféricos”. Com os planos A, B e C das duas jogadoras a resumirem-se ao ataque, ataque e ataque, foi Serena quem primeiro se viu forçada a correr atrás do marcador, depois dum primeiro set quase perfeito por parte da bielorussa. Contudo, o plano de Azarenka começou a ruir no início do segundo set quando Williams conseguiu o seu primeiro break da partida. Apoiada no seu poderosíssimo serviço, a americana não mais olhou para trás, e com mais três quebras de serviço pelo meio, carimbou o passaporte para as meias-finais onde espera a sua “adversária de estimação”, Maria Sharapova. A popcorn match que não pode perder.
Quem não teve a mesma sorte foi Madison Keys, a mais nova das americanas ainda em prova nos quartos, que acabou derrotada pela polaca Agnieszka Radwanska, com parciais de 7-6(3), 3-6 e 6-3. Apesar da época menos bem conseguida de Radwanska, a polaca tem sabido aproveitar as “facilidades” da sua metade do quadro e já está nas meias.
Djokovic vence na negra
Apesar do programa desta terça-feira contemplar originalmente apenas os encontros relativos aos quartos-de-final do torneio feminino, a jornada abriu com a conclusão do embate entre Novak Djokovic e Kevin Anderson, dos oitavos-de-final, interrompido ontem no final do quarto set com o marcador a registar um empate com dois sets para cada lado.
No dia de hoje, o número um mundial ainda chegou a enfrentar dois break points mas foi Kevin Anderson o primeiro a ceder, ao 12º jogo do quinto set e depois de quase quatro horas de jogo. “Este foi um dos encontros mais difíceis que eu já joguei em Wimbledon, talvez na minha carreira“, foi desta forma que Djokovic resumiu o triunfo por 6-7(6), 6-7(6), 6-1, 6-4 e 7-5 diante do sul-africano.
Amanhã disputam-se os encontros relativos aos quartos-de-final masculinos, com Novak Djokovic e Andy Murray no Centre Court enquanto os suiços Roger Federer e Stan Wawrinka estão escalonados para o Court No. 1.