Stanislas Wawrinka. A vitória, o sorriso, o troféu, a glória. São dele. O dia é dele e Roland Garros também. Se disputar o torneio francês era um sonho de infância, hoje, mais do que jogá-lo, vencê-lo tornou-se uma realidade para o tenista suíço de trinta anos.
Jogava-se pelo título de campeão masculino na tarde deste domingo em Paris e o foi o suíço, o menos experiente dos dois em finais, a levar a melhor sobre Novak Djokovic, o número um mundial. Os parciais, 4-6 6-4 6-3 6-4, refletem o ténis ofensivo do helvético e a grande vontade de elevar para dois o número de títulos do Grand Slam no seu palmarés, depois da conquista do Australian Open na última temporada.
À campeão. Foi assim, sem medos, sem nervos de maior e bem, bem ambicioso, que Stan ‘The Man’ Wawrinka se apresentou em campo do primeiro ao último minuto. O resultado? Uma vitória histórica, em quatro sets, que lhe permite tornar-se no terceiro(!) jogador desde 2005 a vencer o Major francês. Quanto a Djokovic, falhou pela terceira vez na carreira o título em Paris e viu novamente ser adiado o sonho de conquistar o Career Clam, ou seja, a vitória em cada um dos torneios do Grand Slam.
Mas vamos ao jogo: embalado pela vitória no início de tarde de sábado frente ao britânico Andy Murray, Djokovic entrou melhor no encontro e anulou todas as tímidas tentativas de Wawrinka de tomar uma liderança. No entanto, a hegemonia do sérvio durou pouco e nos parciais seguintes assistiu-se a um verdadeiro ‘show‘ do número dois suíço, que jogou o seu melhor ténis de sempre — repetimos, de sempre — para começar a construir a melhor vitória da sua carreira. Afinal, que melhor sabor há que derrotar o líder do ranking mundial na final de um dos maiores torneios do planeta?
Sessenta. No total, foram 60 os winners apontados por Stanislas Wawrinka em três horas e doze minutos de encontro que se traduziram em quatro longos e equilibrados parciais. Do outro lado, Novak Djokovic apontou 30 e ainda cometeu 41 erros não forçados, enquanto da parte do suíço, apesar de superior (45), a diferença acabou por ser bem maior. Os números falam por si, sim, mas o que hoje se testemunho em pleno Court Philippe Chatrier, um dos maiores do mundo, ficará para a história pelas pancadas apontadas. A dada altura do encontro, o suíço ‘atreveu-se’ mesmo a executar uma fantástica esquerda a uma mão por fora da rede. Não acredita? Ora veja.
Terminado o encontro, Novak Djokovic não resistiu às lágrimas que refletem a desilusão por hoje, depois de ter somado vitória sobre o ‘rei’ da terra batida, Rafael Nadal, e Andy Murray, um dos melhores do ano na superfície, nos quartos e meias-finais, respetivamente, ter ficado novamente afastado do troféu. Enquanto isso, Stanislas Wawrinka demonstrava uma vez mais o campeão que é não pelos títulos mas pelas atitudes. Antes de se deslocar ao pódio para receber o troféu, aproximou-se do sérvio para o reconfortar com um abraço. Depois, sim, as suas primeiras palavras enquanto campeão. “Fiz o encontro da minha vida“. E fez; tudo para somar a sua quarta vitória em 21 encontros frente ao sérvio.
Com a vitória deste domingo, Stanislas Wawrinka garante a subida ao quarto lugar da hierarquia mundial, colocando-se logo atrás de Novak Djokovic, Roger Federer e Andy Murray às portas da temporada de relva, que deverá ver o suíço fazer o seu primeiro encontro na superfície na segunda semana de junho, quando tiver início o torneio ATP 500 disputado no Queen’s Club, em Londres. Se o registo do agora número quatro mundial em finais de torneios do Grand Slam melhora para 2-0, o do sérvio volta a ficar muito equilibrado: são agora oito as finais ganhas e outras oito as finais perdidas por Novak Djokovic.