Novak Djokovic e Andy Murray lutam na manhã deste domingo pela vitória no primeiro torneio do Grand Slam da temporada. Três, quatro ou cinco sets decidirão quem será o novo (ou já velho) campeão do Australian Open, numa final onde há muito em jogo.
Se de um lado estará o tricampeão Novak Djokovic, do outro estará o renovado Andy Murray, que se encontra a apenas uma vitória de se tornar no primeiro jogador da Era Open a vencer os seus dois primeiros títulos major de maneira consecutiva e… A missão não lhe é estranha: em setembro de 2012, com o favoritismo atribuído, na sua maioria, ao sérvio, o já campeão olímpico protagonizou uma excelente recuperação para erguer o troféu em Flushing Meadows.
Primeiro e terceiro cabeças de série do torneio, Djokovic e Murray já se defrontaram por dezassete vezes (com o sérvio a liderar por 10-7 e a ter vencido os dois últimos encontros que disputaram, em três partidas). No Australian Open a situação repete-se, com Djokovic a ter triunfado nos dois encontros que disputaram: em 2010, na final, não perdeu qualquer set, mas em 2012 precisou de recuperar de uma desvantagem de dois sets a um para avançar para a grande final.
Contudo, e apesar de o jogador sérvio ainda liderar o confronto directo, as circunstâncias do encontro de amanhã são, mais uma vez, diferentes; semelhantes às dos jogos em Xangai e Londres, a fechar a época passada, e não à final que ambos disputaram em 2010, por exemplo. Tudo porque Andy Murray mudou ao longo de todo o ano de 2012. A trabalhar com Ivan Lendl, o britânico tem evoluído claramente e a sua pancada de direita é agora mais consistente, fiável e eficaz, tendo abandonado o estatuto de ponto evidentemente mais fraco do seu arsenal. Os resultados apareceram rapidamente, com a chegada à meia-final em Melbourne Park (que por pouco não se tornou numa terceira final consecutiva), e a relva do All England Club, onde Djokovic foi muito feliz um ano antes, empurrou Murray para o topo do ténis como nunca havia acontecido.
Foi o britânico quem venceu o primeiro parcial e esteve perto da vitória no segundo na grande final de Wimbledon, foi o britânico quem venceu este mesmo Djokovic nas meias-finais dos Jogos Olímpicos e aplicou um autêntico correctivo a Federer na luta pela medalha de ouro. Foi também o britânico que manteve o nível de jogo sempre que necessário, rumo à conquista de Nova Iorque, o culminar da sua temporada de afirmação como um autêntico ‘big-four’.
Favoritismos postos de parte, The Djoker e The Muzzard, como vão sendo apelidados nas redes sociais, têm reunidos todos os factores para protagonizar mais uma excelente final e escrever a ouro mais uma página da história do ténis.