Roger Federer é o novo (e velho) campeão de Wimbledon. O jogador suíço de trinta anos derrotou esta tarde o britânico Andy Murray em quatro sets e sagrou-se campeão do torneio pela sétima vez, igualando Pete Sampras. Além do título conquistado esta tarde no Centre Court do All England Launge Tennis Club, Federer garantiu ainda o apuramento para os Masters de Londres, a disputarem-se no final da temporada.
Na próxima semana, Federer aparecerá no primeiro lugar do ranking, igualando (e ultrapassando) mais um record de Sampras: as 286 semanas na liderança do ranking.
A defender o estatuto de terceiro cabeça de série, Roger Federer estava a apenas um triunfo de voltar a escrever história no ténis mundial, mas Andy Murray também estava a três sets de se tornar o centro das atenções: além de disputar a sua primeira final em Wimbledon (a terceira em torneios do Grand Slam), podia ser o primeiro britânico, depois de Fred Perry, a vencer um major desde 1936.
Foi o jogador da casa quem entrou melhor e conseguiu mesmo vencer o primeiro set (o seu primeiro em finais do Grand Slam). A recuperação de Federer não foi a ideal, e Murray ainda esboçou uma contra-recuperação, mas o encontro acabou com a vitória do suíço, ao fim de três horas e vinte e quatro minutos de jogo.
“Vou tentar e isto não vai ser nada fácil”, disse Murray antes de começar a discursar, visivelmente emocionado, a conter as lágrimas. “Primeiro, queria dar os parabéns ao Roger. Ele jogou um grande torneio, teve algumas dificuldades com problemas nas costas mas mostrou a luta que ainda tem dentro dele e mereceu ganhar”, continuava o escocês. “Fizemos um grande trabalho e por isso: obrigado”, dizia Murray, referindo-se à sua equipa e ao apoio dado durante o torneio.
E foi no meio de lágrimas que o número 4 do mundo acabou o seu discurso: “por fim, para vocês (fãs). Todos falam da pressão de jogar em Wimbledon mas as pessoas que me vêem tornam-no mais fácil. O apoio tem sido incrível, obrigado!”.
Estatísticas do encontro:
- [3] Roger Federer: 12 ases, 3 duplas faltas, 69% de primeiros serviços colocados (76% desses pontos ganhos), 53 de 68 pontos ganhos na rede, 4 de 12 break points convertidos, 62 winners, 38 erros não forçados, 151 pontos ganhos;
- [4] Andy Murray: 16 ases, 1 dupla falta, 56% de primeiros serviços colocados (69% desses pontos ganhos), 24 de 39 pontos ganhos na rede, 2 de 7 break points convertidos, 46 winners, 25 erros não forçados, 137 pontos ganhos;
Andy Murray, que discursou pela primeira vez após uma final de singulares em Wimbledon, não conteve a emoção: “Quero começar por dar os parabéns ao Roger, que fez um grande torneio. Teve alguns problemas nas costas mas mostrou que consegue ultrapassá-los e mereceu ganhar.” No final, depois de ter agradecido a toda a sua equipa, o britânico deixou ainda uma palavra de apreço a todos os apoiantes: “Todos falam da pressão de jogar aqui, mas vocês, que vêm aos jogos, tornam-no mais fácil. O apoio é incrível, obrigado!”
Já com o troféu de campeão na mão, Roger Federer começou por elogiar o seu rival de hoje: “Ele é muito consistente, tem conseguido grandes resultados e de certeza que vai ganhar um torneio do Grand Slam, espero que consiga.” Sobre o jogo, o suíço afirmou estar contente com a sua prestação: “Acho que joguei o meu melhor torneio dos últimos dois anos. Tenho conseguido muitos jogos de meias-finais e finais em Wimbledon como este, em que jogo muito bem, e estou muito feliz.” Federer comentou ainda o facto de ter chegado aos records já referidos de Pete Sampras: “É fantástico! Nunca parei de acreditar que conseguia chegar outra vez ao número um, é um momento mágico para mim.”